26 de outubro de 2010

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"Quando eu for mais velha, eu vou..."

Como completar esta frase? Várias ideias podem surgir:

- vou ter um excelente trabalho (graças aos meus duros anos de estudo)
- vou ter meu próprio apartamento e viver sozinha nele
- vou viajar pelo meu país
- depois viajarei pelo mundo
- vou encontrar alguém pra compartilhar comigo as experiências que eu viver
- vou amar alguém
- vou casar
- vou construir uma família

... e por aí vai.

Alguns desses "complementos" são até verdadeiros para mim. Outros, nem tanto... Não mais, pelo menos por enquanto.

- Independência? Sim, ainda quero! E como quero. 
(Será mesmo? E o que você tem feito para consegui-la? Não muito, né? Está cada vez mais velha, já passou da hora de começar a agir)
- Novas experiências? Aventuras? Pode ser bom!
(Mas isso nem combina muito com você... Ou é porque você nunca se deu essa chance? Você está cada vez mais velha, por que não tentar?)
- Aprender mais? Hum... Talvez...
(Acho que você já está cansada disso. E vai se cansar cada vez mais, pois está cada vez mais velha )
- Encontrar alguém, amar, casar, ter filhos?? Sai dessa!!
(Isso passa longe de ser uma mulher independente!)

Quando eu era menina, queria tanta coisa! Os tipos de coisas que uma menina pode querer; as coisas que ela, desde bem pequena, acha que quer, porque alguém lhe diz que é assim que funciona: brincar de boneca, de fazer comidinha, ter uma "comadre"... Brincar de princesa, encontrar o príncipe encantado no cavalo branco! Que sonho!!!

Quando eu era adolescente, passei a querer algumas coisas diferentes. Os tipos de coisas que uma adolescente (como a que eu fui) pode querer; as coisas que ela, desde o início da adolescência, acha que quer, ou porque alguém lhe diz que é assim que funciona, ou porque ela pensa ser assim: ser estudiosa, se comportar bem, ser amiga de todos... Se apaixonar, dar o primeiro beijo, ter uma melhor amiga para contar tudo... Mas nem tudo o que se quer é o que se pode.

Agora, mais velha, quero outras coisas! Os tipos de coisas que uma pessoa mais velha pode querer, porque durante grande parte da sua vida alguém lhe disse que é assim que funciona: estudar para ter um futuro brilhante, para não depender de ninguém, viver por si... E também porque, ao longo dos anos, ela foi sentindo a necessidade de querer: ter amigos e família por perto, mas quando ela assim decidir, pois ter um espaço só para si é sua prioridade. 

Quero, também, lá no fundo, por mais que eu diga o contrário, encontrar meu príncipe. É claro que um príncipe fora dos padrões, um príncipe moderno, porque certas cafonices românticas e certas expectativas de caráter são mesmo só para os sonhos. A vida real é de outro jeito. É palpável, é vívida!

E quero também voltar atrás. Quero fazer todas as coisas que eu fiz, e algumas das que eu não fiz por medo de me desapontar e de desapontar os meus, por preguiça de tentar, por esperar o tempo passar. O tempo passou. Está passando a cada dia. E eu fico mais velha. E quero sempre voltar... Viver é tão assustador! O tempo é assustador... Você não pode controlar, e não ter certo controle é algo difícil de aceitar. Mas vou fazer o quê? Tenho que passar pela vida. E a vida tem que passar por mim.

Só me resta planejar o que vou fazer quando ficar mais velha.
Mas espera aí, mais velha quando? Mais velha do que o quê? Do que hoje? E se não tiver "mais velha" depois? Mais velha é sempre. É a cada dia de hoje (e hoje, isso é literal para mim).

Não tem resposta certa depois da tal frase. Não tem complemento perfeito.
O complemento, sou eu quem faço. Ou deveria começar a tentar fazer.

26 de junho de 2010

Nada

Tentando descobrir o que quero ser nessa vida. 
Só adulta? Não, nem queria isso, só para começar. 
Se pudesse, voltava no tempo e seria menina. Só menina. Sem precisar ser futura mulher. 

Mas tempo não volta atrás. Menina que foi já não é mais. Só por dentro. 
Por fora, talvez uma menina-moça. Não só menina, não só moça. Um pouco dos dois. 
Na verdade, da moça há bem pouco. Mais menina. Menos mal.

Ainda assim, não totalmente. Aos poucos, ela se vai. E outra tomará seu lugar. E essa outra, mais madura, precisará achar seu caminho. Caminho obscuro. Tortuoso. Nenhuma luz iminente.

Enquanto isso, vou me enganando com os caminhos disponíveis. 
Aprendo a viver, é verdade, nada é em vão. Mas ainda há esse vazio. Grita. Implora por um pedacinho que seja de um quebra-cabeça. Uma mera pecinha com seus encaixes, mesmo que ainda não encaixada. Apenas uma prévia do que eu posso ser...

Mais nada.         

16 de abril de 2010

Quero um abraço seu

Quero um abraço seu
Mas um abraço de verdade
Pra poder te sentir
Saber que nada se perdeu

Quero um abraço seu
Aquele abraço apertado
Aquele abraço com carinho
Pra ter certeza de que a nossa conexão permaneceu

Quero sentir sua presença em mim
E ser presente em você
Quero olhar nos seus olhos
E não precisar me esconder
Quero que nossos corações
Sejam sinceros ao bater
Que não se enganem quanto ao fim
Que não deixem eu me arrepender

Quero um abraço seu
Aquele abraço bom de antes
Que me fazia confiar em nós
E em tudo o que a gente conheceu

Quero um abraço seu
Cheio daquele sentimento bom
Mesmo que ele tenha mudado...
Se transformou, cresceu, amadureceu

Quero te ver sorrir
E sorrir com você
Sentir suas dores e alegrias
Cada vez mais te conhecer
Recomeçar do jeito certo
Não me afastar ou te esquecer
Deixar o "oi", "tudo bem?", "tchau" pra lá
E, de verdade, conseguir te compreender

Quero um abraço seu
Me deixe entrar na sua vida
Te deixo entrar na minha vida
Me dê um abraço seu

Me dê um abraço seu
Pra renovar nosso contrato
E, de verdade, te chamar de amigo
Quero um abraço seu

1 de abril de 2010

À Espera do Alvorecer

De frente para a tela do computador,
no quarto escuro ao cair da noite,
horas cinzentas a passar...

Começou bem o dia,
amarelo sob a luz do sol,
clarão de raios azulados sob o céu.

Mas, ao cair da tarde,
mudam-se os tons.
Assim como as expectativas.

Aquilo que era vivo se esvai,
morre-se lenta e dolorosamente,
até que a noite chega.

Noite recém-chegada,
trazendo um novo colorido à vida:
cores frias preenchem a aquarela.

E então, é tempo de esperar.
Esperar pelo próximo alvorecer.
E pela escolha de cores que ele traz.

25 de março de 2010

Alienada na aula de Literatura Brasileira III

Alienada na aula de Literatura Brasileira III.
Todos conversam, há burburinhos pelos cantos.
Os grupos se reunem. Os amigos se encontram.
Assuntos de todo tipo, dos pessoais aos acadêmicos.
E eu, observando, esbarrando em meus pensamentos.

Fico a vagar, percorrendo, com o olhar, meu caderno de rascunhos.
À procura de lembranças, de textos possíveis, que caibam ao momento.
Procuro por escritos dentro de mim.
Faço rabiscos nas folhas de pautas já preenchidas com minha letra.

Desenho estrelas, colorindo-as com meu grafite.
Escrevo meu nome. Meu sobrenome. Minha rubrica. Apenas eu.
Minha lapiseira não para em minhas mãos.
A borracha, a uso sem hesitar, a todo instante.

Até que surja algo para me salvar da minha pequena e insignificante, pois momentânea, solidão.
Enquanto não surge, continuo a escrever.
Alieno-me escrevendo. Escrevo alienando-me.

14 de março de 2010

Sessão Nostalgia VII: Click

Um click aqui,
um click acolá,
nada mais é do que um simples click!

É só dizer "xis"
e sorrir.
Ou, quem sabe, nada dizer.
Apenas um olhar basta.

Desde que seja sincero.
Que mostre o que você, verdadeiramente, é.

Sem mais palavras.

(Publicado originalmente em: 29/04/07)
____________________________________________________

      Não sei onde estava com a cabeça quando escrevi isso... Basta que o olhar seja sincero?? E se não for? É só um click, só uma fotografia, ninguém precisa acreditar em você. Nem tem por que acreditar! Se quiser fingir a dor, a alegria, ou qualquer emoção que seja, que finja, ora bolas! Ninguém vai te comprar, não. Ai, ai, eu e minha cabecinha doida de adolescente. Tem que rir! Hahahaha...
      De qualquer forma, esta foi a última postagem da Sessão Nostalgia. Espero que tenham aproveitado!
      *-*

13 de março de 2010

Sessão Nostalgia VI: Abra um sorriso!


      A vida está difícil?
      - Está! Muitíssimo!

      Há muitos problemas?
      - Sim! Quero resolvê-los!

      Faça o seguinte: abra um sorriso!
      Essa é a melhor maneira de começar bem um dia. E, quem sabe, de tentar fazer a vida parecer mais fácil do que é?
      Ou, de talvez, encontrar uma solução, mesmo que temporária, para um de seus problemas?

      Tente. Sorrir não custa nada!
      É o melhor remédio!

      Só um aviso: cuidado! Você pode se viciar!
      ;)

(Publicado originalmente em: 07/04/07)

Sessão Nostalgia V: Memories...


Memories...
They are what we remember
They are inside our minds
and into our hearts, too.

Memories...
Some are bad
Some others, pretty good!
Like that one wich is into my soul...

(...)

(Publicado originalmente em: 28/01/07)

7 de março de 2010

Sessão Nostalgia IV: Bonequinha

      Temos nosso lado "boneca" de vez em quando.
      Não dizemos nada.
      Não fazemos nada.
      Está tudo sempre muito bom.
      Tudo certo.
      Queremos que outros nos conduzam à vida.

      Afinal, é bom depender de outras pessoas, não é verdade?
      Mas há vezes em que essa dependência ultrapassa os limites. Não temos opinião própria!
      E até podemos pensar que é legal ter alguém pensando por nós...

      Ora, o que é isso?? As bonecas de verdade não têm vida própria. Nós temos! E nada pode nos tirar esse gostinho de viver.

      Portanto, seja uma bonequinha.
      Mas seja saudável.
      Não deixe que os outros vivam por você!


(Publicado originalmente em: 03/12/06)

Sessão Nostalgia IV: Bonequinha

      Temos nosso lado "boneca" de vez em quando.
      Não dizemos nada.
      Não fazemos nada.
      Está tudo sempre muito bom.
      Tudo certo.
      Queremos que outros nos conduzam à vida.

      Afinal, é bom depender de outras pessoas, não é verdade?
      Mas há vezes em que essa dependência ultrapassa os limites. Não temos opinião própria!
      E até podemos pensar que é legal ter alguém pensando por nós...

      Ora, o que é isso?? As bonecas de verdade não têm vida própria. Nós temos! E nada pode nos tirar esse gostinho de viver.

      Portanto, seja uma bonequinha.
      Mas seja saudável.
      Não deixe que os outros vivam por você!


(Publicado originalmente em: 03/12/06)

5 de março de 2010

Sessão Nostalgia III: Eus


      Todo mundo tem vários eus.
      Também tenho.

      Através dessa montagem-da-montagem, apresento-lhes meus eus, as várias Natálias que vocês podem encontrar numa só.

      Temos várias caras, vários gostos, vários jeitos de ser.
      Mas a essência jamais se perde.

(Publicado originalmente em: 07/10/06)

1 de março de 2010

Mas o que é a vida? - Uma resposta a Gui Guilhermino

      Na postagem FELICIDADE, meu amigo Gui fez um comentário interessante, que me deu muito o que pensar. A partir dos seus questionamentos, refleti um pouco e cheguei a uma conclusão. Ou não! Hahaha. Bem, esta postagem, interrompendo a "Sessão", é como uma resposta a ele e a qualquer outro que possa se perguntar o mesmo.

     
"Mas o que é viver a vida (sem ser a novela)? O que é viver isso por que tanto temos clamado? Sentir a vida? Viver? Sorvê-la? Isso faz sentido? (...) [O] que há na vida que nos mereça?"


      Gui, sei que, muitas vezes, a vida parece um imenso nada. Apenas um tempo, um momento pelo qual passamos, existimos, sem nada de especial acontecendo. Às vezes, me faço as mesmas perguntas que você me fez em seu comentário. Mas, ao pensar bem sobre o assunto, tenho algumas respostas.

      Somente passar pela vida não é viver, é existir. E é isso o que eu tenho feito, existido. Mas quero viver de verdade! Talvez seja sob esta perspectiva que eu tenha escrito esse texto minúsculo e despretensioso, apenas como tentativa de enxergar a vida a partir de uma nova ótica. Sem me prender a nada, sem me preocupar com o que passou ou com o que virá... Apenas me importando com o momento presente, me libertando dos meus fantasmas e prestando atenção ao que sou hoje, ao que vivo hoje, às pessoas à minha volta, aos meus sentimentos, às minhas experiências.

      Viver é observar mais, para compreender, ou tentar, ao menos. É compreender, para conhecer de fato. É conhecer, para poder sentir verdadeiramente! Ah, meio complicado de explicar. É apenas agarrar-se à vida como se fosse o último dia na Terra, e fazer tudo aquilo que se tem vontade de fazer, mas que o medo não deixa, ou simplesemente a falta de tempo, ou os afazeres domésticos, acadêmicos, profissionais (e outros) não permitem (isso é especialmente para MIM).

      Costumamos deixar certas oportunidades passarem, com medo de nos arrependermos depois (também para MIM). Ora, o arrependimento faz parte da vida, por mais doloroso que seja. Devemos parar com este medo bobo e viver.

      Devemos viver sem medo de ser feliz. Sim, feliz, porque a vida nos propicia a felicidade, mesmo que não plena, mesmo que temporária. A felicidade está nos detalhes, assim como nas grandiosidades, mas ela existe. É só nos permitirmos, e seremos felizes. Utópico, clichê? Pode ser, mas como você bem disse: quando algo se torna clichê, é porque se faz extremamente necessário! :-)

      É claro que não será uma vida de novela. Sabe, às vezes eu nem quero viver como numa novela... A vida real é tão mais interessante, justamente por ser real! Embora os inícios, o desenrolar da trama, os relacionamentos, os finais felizes e tudo o mais que uma novela oferece sejam T-E-N-T-A-D-O-R-E-S, são pura ficção...

      Assim, desejo viver todos os meus momentos intensamente. Sei que é tarefa difícil, que nem sempre vou conseguir. Mas tentarei, pelo menos tentarei isso. E, então, quem sabe eu não encontre a minha felicidade?

      Não sei se consegui me explicar bem, se você conseguiu entender o meu ponto de vista... Espero que sim! E que seja feliz, porque, sim, é possível!!! ;-)

Sessão Nostalgia II: Sorridente. Novamente

      Sorrio mais uma vez.
      Faço-o porque não tenho razões para chorar.
      Porque não tenho coisa melhor a fazer, no momento, do que sorrir!

      Sorrio porque não carrego tristezas,
      não carrego mais aquelas preocupações,
      porque a única coisa que carrego, agora,
      é a vontade de sorrir!

      Sorrio porque estou viva!
      Porque minha vida é demais!
      Porque sou FELIZ!


      (Publicado originalmente em: 30/09/06)

23 de fevereiro de 2010

Sessão Nostalgia I: Felicidade

      FELICIDADE foi a postagem de estreia do flogão, e não poderia deixar de ser a desta sessão também. Uma espécie de "postagem-incentivo", se é que pode ser chamada assim, é bem pequena, mas vale ser relembrada algumas vezes. Principalmente para mim.
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      A vida deve ser vivida sempre hoje. Não pense no que foi vivido ontem, nem no que você poderá viver amanhã.
      Pense apenas no HOJE.
      Viva apenas o hoje.
      Lembre-se do ontem com carinho; pense no amanhã com esperança.
      Mas o hoje, viva-o. Sinta-o. Intensifique-o. Jamais o desperdice.
      Viva simplesmente o presente.
      E seja feliz. Muito feliz.

      ;)

      (Publicado originalmente em: 09 de setembro de 2006)

Declaro aberta a Sessão Nostalgia

      Como estou com muito tempo sobrando, devido às férias (que estão para acabar, infelizmente), mas sem muitas ideias para preenchê-lo (diga-se, "falta do que fazer"), resolvi selecionar alguns posts antigos do meu abandonado flogão, cuja existência ficou esquecida... Garanto que só meu amigo nerd querido, Marcivaldo, deve se lembrar, por ter sido frequentador assíduo daquele espacinho (e também único, diga-se de passagem). Ora, o que não é novidade, já que sua assiduidade é nota 10 aqui também! Hehehe.

      Pensei em deletá-lo, pois sei que não postarei mais nada lá. Mas como contém algumas imagens e textos de que gosto, decidi abrir uma espécie de "sessão nostalgia", a fim de relembrar meus momentos passados, aqui. Assim, minhas fotos que já nem estão mais no meu computador ficarão a salvo, e as palavras ditas outrora jamais ficarão perdidas, largadas lá atrás, uma vez que as retomarei por aqui.

      É isso. Espero que seja útil! E que gostem. (Ora, por que o plural? Só Marcivaldo me visita mesmo... Rs.)

      P.S.: A primeira postagem virá logo.

4 de fevereiro de 2010

Apenas uma história

      Sem criatividade para escrever, embora com vontade. Vontade de criar, talvez um mundo só meu, onde eu possa viver à minha maneira, seguindo minhas próprias regras, sem receio de ser feliz.

      Criar uma história para mim. Uma história nunca antes vivida. Um conto de fadas? Não. Não hoje. Não mais. Ontem, talvez, quando eu acreditava em príncipes encantados montados em seus cavalos brancos, salvando princesas aprisionadas nas torres mais altas dos castelos cercados pelos monstros mais aterrorizantes. Acreditava também em amor à primeira vista, em borboletas no estômago, arrepios, emoções à flor da pele quando na presença do amor. Tudo tão lindo, tão simples, tão fácil. E prático! Olhou, se apaixonou. E final feliz. 

      Não, não é esse o final que procuro para mim. Nem mesmo encontrei um começo. Quero uma história de verdade, sem fantasias loucas de criança, sem aberrações criadas por uma imaginação fértil, sem as mentiras contadas por papai e mamãe, por vovô e vovó, e por todas as pessoas que fingem ser o que não são apenas para manter as aparências. Apenas para se dizer felizes. Apenas para "proteger" a pobre menina doce e ingênua do "perigoso mundo real".

      Quero uma história contada por mim. Talvez por outras pessoas também, as que estiverem ao meu redor, vivendo esta história comigo. Quero construir meu futuro, mas para isso preciso viver o presente. E não é bem o que tenho feito.

      Menos preguiça e mais ação. Vamos lá! Assim, minha história pode, finalmente, começar.

18 de janeiro de 2010

Cri, cri, cri...

      Sinto-me vazia ao mesmo tempo em que guardo uma infinidade de coisas dentro de mim. Tenho necessidade de dizê-las, jogá-las ao vento, para que ele as espalhe ao redor. Porém, não as conheço exatamente. Não tenho ideia do que me aflige, do que me emociona, do que me angustia, do que me faz pular de alegria. É como se eu estivesse oca. Não conhecendo o meu eu interior, parece que ele simplesmente não existe, que não carrego nada comigo.

      Quero gritar, chorar neste momento. Mas nem minhas lágrimas são capazes de saltar dos meus olhos; não existem! Esforço-me em vão: meus músculos se contraem, e minhas têmporas doem.

      Quero me sentir livre não sei de quê. Algo me aprisiona, mas vasculho por toda a parte, e nada, não o encontro. Ah, que tortura!

      Quero também, numa miscelânea de sentimentos, sorrir, gargalhar! Dar um grito de... Um grito de quê? Não sei bem definir. Apenas sinto necessidade de gritar, de fazer minha voz soar por todos os cantos e minhas emoções se dissiparem numa nuvem carregada de felicidade!

      Ah, quem me dera ter a capacidade de me libertar de mim mesma! Sinto, porém, que isso não é possível. Por quê? São tantos questionamentos e, simultanemante, tantas sensações de satisfação. Como se eu já soubesse as respostas. Ou, ainda, como se não as quisesse mais, não mais as procurasse, talvez por medo de encontrá-las.

      Nem mesmo o medo se explica. Apenas o tenho, lá no fundo. Não sei sua causa, mas sua consequência: a prisão. E, nesta, não mais quero permanecer, é a única certeza que tenho.

      Tenho tanto para extrair de mim, e, ao mesmo tempo, nada. Assim, ouço o ruído do silêncio, o cricrilar. É, acho que preciso mesmo fazer análise...