28 de janeiro de 2015

Pensava em nós

Sim, eu também pensava em nós
Mas não podia te dizer
Porque, sim, nossas rotinas distintas
Sempre me fizeram crer

Que jamais poderíamos ser dois
Num mesmo campo, num mesmo espaço
A razão não me permitiu deixar
Que o coração se entregasse a esse acaso

Que, de acaso, sinto e vejo, não tem nada
Tudo tem que passar, que acontecer
E memórias de nós dois foram criadas
Sem que as pudéssemos, de fato, conceber

E agora, cedo ou tarde, nos perdemos
Linguagem própria, símbolos, códigos múltiplos
Será que farão parte do cotidiano
Desses amigos (ou amigos em desuso)?

Mas, sim, eu também pensava em nós
Guardava o tempo, não era hora de querer
O que, na verdade, eu nunca quis direito
Mas de um jeito, eu quis, e precisava te dizer

Sim, eu também pensava em nós

27 de janeiro de 2015

Hey, friend

Hey, friend
You promised to stay
But I feel you so distant
Are you ok?

When your absence is present
I realize I miss you
In every single tiny thing
I can't help seeing you

Remembering you is good
When the moments together exist
But when there's no longer us
So a little pain beats me

Hey, my dearest friend
Will you come back, please?
Or will you disappear 
And forget this odd friendship?

I am here waiting for you
And the amazing news of your life
If you want me to be here
I am also here in bad times

For me and for you
If you want, I will stay
But if you don't, tell me
Then, for good, I'll go away





25 de janeiro de 2015

Para sempre nunca

Para sempre não existe
O que existe é o desejo 
De pra sempre existir
De tentar fazer durar
Mas o erro está em crer
Que isso tudo vai vingar
Quando, na verdade,
O fim insiste em vir

Por isso nada de se apegar 
Nada de criar memórias
Que só te farão lembrar
Que não há mais nada 

Para que acreditar em palavras 
Que após serem ditas
Já não querem dizer nada não?
Esqueça o que já foi
Aprenda que jamais será
Que não há o que esperar
Acostume-se a dizer adeus
Ou, melhor, não diga olá

21 de janeiro de 2015

O celular e o coração

Já parou pra pensar que o coração é como um celular pré-pago?

Quando novo, é bastante empolgante! Créditos e mais créditos são colocados, sempre e a cada vez, para que não se esgotem. E então, dependendo da operadora, quanto mais ligações recebidas, ganha-se bônus; ou quanto mais são feitas, também. Se dois corações, quero dizer, celulares, são da mesma operadora, melhor: chamadas e/ou torpedos ilimitados, a qualquer hora, em qualquer lugar. Mas as coisas funcionam bem quando as empresas são diferentes, basta que um se ajuste ao outro. Todos ganham, ainda que seja preciso esforço para manter esse contato.

No entanto, há também a época de vacas magras. O celular não funciona bem, não recebe sinal algum, e assim tudo torna-se um tanto mais difícil. A comunicação, as conexões, são cada vez mais raras. Se há sinal, mas não há créditos suficientes para completar qualquer ligação, a empolgação de outrora vai perdendo-se.

Assim, deixa-se de recarregá-lo, e há momentos em que até se consegue receber chamadas. Contudo, dependendo do celular, é provável que fique meses sem saldo, e assim, cada vez mais, vai-se bloqueando. Bloqueia-se para fazer e para obter ligações. Zerado. Parado. Congelado. 

Até quando? Até que se decida reativá-lo; até ser renovado o contrato com a operadora. Ou até que se mude para alguma outra, sem tantas complicações e burocracia, com as promessas de oferecer os melhores serviços já vistos no mercado. Até que ele volte a funcionar por completo; velhinho, usado, com algumas rachaduras e arranhões derivados de quedas, mas novamente ativo, firme e forte. 

19 de janeiro de 2015

Você de novo

Oi, quanto tempo. Tudo bem?
Sua vida? Seus planos? Tudo caminhando?
Na verdade, eu só queria dizer que hoje sonhei com você...
Em meio a alguns quase pesadelos, um sonho bom e tranquilo eu tive. Após anos distantes, nos reencontramos por acaso, e tudo parecia normal. O afeto, recíproco e intacto. Aquele nosso abraço de urso, quentinho, confortável. Tão bom como antes, e como eu nunca tive ou terei igual.
Pude me sentir bem, calma, segura.
Pude sorrir de verdade e ver seu sorriso tão sincero como o meu.
Te abraçar de novo e poder te ter por perto por alguns segundos. E te perder em seguida, já que precisei acordar. Nada é eterno, afinal.
Enfim, como você está?
Na verdade, não importa. 
Só passei pra dizer que hoje sonhei com você. E isso já é o bastante.

I've gotta let you go

I've gotta let you go
For good
For me
For you too

I've let some people go
And it has caused me much pain
So can you imagine how I'll feel
If you go and I stay?

But now you have a life
A family to start
And I'm not gonna cry
'Cause I know you're gonna smile

You are happy, I know that
And that's all I really want
So be happy wherever you are
And thanks for the memories you gave me once

But now I've gotta let you go
For good
For me
For you too

10 de janeiro de 2015

Inconstante

Sabe o que mais odeio em mim? Minha inconstância. Minha mudança abrupta de ideias e desejos e humor. Minha capacidade de querer tudo e minutos depois esse tudo cessar; de desejar sonhar, e no dia seguinte, acordar sem vontade de viver esses sonhos. 

Odeio pensar e repensar quando eu deveria agir, e, mais ainda, agir quando eu deveria pensar e repensar; ficar quieta quando eu deveria falar, e, mais ainda, falar quando eu deveria estar quieta, processando acontecimentos, esperando a ficha cair e a hora certa de dizer o que quer que seja (e essa hora passa, sempre passa). 

Odeio achar que sinto alguma coisa em mim, e, depois, alguma coisa dissipar-se e exterminar toda e qualquer pseudo-sensação. Ou achar que nada sinto e, de tempos em tempos, descobrir-me sensível (ao extremo, às vezes).

Odeio ser inconstante. Mas há momentos em que amo também.