23 de fevereiro de 2015

Coragem/Covardia

Coragem ou covardia? Depende do ponto de vista.

É ato de bravura desistir daquilo que te dava segurança, mas pouco bem-estar? Ou é covarde quem desiste, apenas pelo fato de desistir?

Estive pensando no que fiz e no que tenho feito constantemente com a minha vida. Em tudo o que deixei para trás, e as implicações disso; no que deixei de descobrir por achar que não valia a pena; na falta de atitude para fazer valer. Ou será que a atitude foi sim empregada? Empregada de maneira tão feroz que levou-me à exaustão, impedindo-me de continuar? Ou nem tão feroz assim, mas apenas preguiçosa e sem força para tomar um rumo?

Penso se poderia ter feito diferente e permanecido. Se aquilo tudo me transformaria numa pessoa mais forte e madura. Mas penso também que, ao abandonar o que parecia não me pertencer outrora (ao qual eu, de igual maneira, parecia não pertencer), transformei-me de fato numa pessoa mais forte e madura. E corajosa. Corajosa para voltar e tentar de novo! Ou covarde por voltar para um caminho já conhecido, já percorrido.

Mas e se dessa vez der certo? E se eu fizer diferente, atuar mais diretamente para que funcione? E se, voltando para lá, agora, após esse tempo de reflexões e tentativas de traçar outras linhas, eu finalmente me der conta de que gosto, quero e preciso? Isso não quer dizer que pararei no tempo,  que ficarei estagnada. Eu sempre posso recorrer a outras possibilidades. Posso executar outras ações concomitantes a esta, certo? Sim. Posso. E assim o farei. 

Se isso é coragem ou covardia, depende do ponto de vista.