20 de fevereiro de 2014

Minha melhor companhia

A solidão é minha melhor companhia.

Tenho minhas desavenças e discussões comigo mesma. Falo o que penso e o que quero sem medo de me ferir. E se me firo, dou-me um tempo e logo tudo fica em paz. Quando sofro de mau humor, grito barbaridades, atiro objetos. Ou me calo, apreciando o meu momento, o meu mundo. Sem ninguém por perto para me incomodar, nem para ser incomodado por mim.

Tenho meus momentos de amor próprio e narcisismo, em que me acho linda ao acordar, mesmo descabelada. E se não estou linda, me arrumo para mim mesma e teço elogios ao meu respeito. Fico a admirar-me no espelho.

Componho poemas e canções e os declamo e canto quantas vezes quiser, sem receio de parecer piegas. E, se enjoo, logo crio uma nova arte para me encantar. 

Devo satisfações somente à minha pessoa. Invento desculpas e minto e me engano. Não crio expectativas. Ou, se as crio, posso satisfazê-las. Caso contrário, iludo-me, desiludo-me, mas logo me perdoo. 

E assim, vivo para mim, me amando sem fim.


ATUALIZAÇÃO: Texto publicado na Antologia de Poetas Gonçalenses 2, lançada em 16/11/2014.

16 de fevereiro de 2014

Little drops

Oh, little drops
Little drops of rain
You're very welcome
I invite you to stay

I know the sun
Has its magic and warmth
And blue skies 
Have a beauty I love

However when 
the little drops of rain
Fall on my window
I just feel like in heaven

The ground is wet
Its smell is good
I hear the rain
Falling fresh and pure

Oh, little drops
Little drops of rain
You're very welcome
I invite you to stay


11 de fevereiro de 2014

Meu ódio

Odeio você.
E o modo como se aproxima de mim: vez ou outra, lento e sorrateiro; ou então me tomando de súbito.

Sempre que chega, eu deixo de ser eu. Ou sou eu, mais intensa.
Odeio o fato de mexer tanto comigo. De me tirar do sério, abalar meu humor.
Eu estava tão feliz antes de você chegar! Sorria à toa, sem medo da vida. Sem pensar no meu futuro.

Mas então vem você, me toma e me entristece. Deixando-me furiosa, irritadiça. E demasiadamente sentimental.

Por que você existe mesmo?
Odeio as dores que me causa quando se aproxima trazendo consigo "aquela" visita. Incômodo desnecessário.

Odeio como oscilo entre a felicidade e a vontade de me fechar no meu mundo para nunca mais me abrir outra vez.

Simplesmente odeio você. Mas não posso te tirar da minha vida, afinal, você é parte de mim.
E já que não há outra alternativa, tenho que conviver com sua presença excruciante e esperar que vá embora após a tempestade que provoca dentro do meu corpo.

Já vai tarde. E logo voltará. E esse ciclo se repete sem cessar.
Ah, como eu te odeio, TPM!