26 de junho de 2010

Nada

Tentando descobrir o que quero ser nessa vida. 
Só adulta? Não, nem queria isso, só para começar. 
Se pudesse, voltava no tempo e seria menina. Só menina. Sem precisar ser futura mulher. 

Mas tempo não volta atrás. Menina que foi já não é mais. Só por dentro. 
Por fora, talvez uma menina-moça. Não só menina, não só moça. Um pouco dos dois. 
Na verdade, da moça há bem pouco. Mais menina. Menos mal.

Ainda assim, não totalmente. Aos poucos, ela se vai. E outra tomará seu lugar. E essa outra, mais madura, precisará achar seu caminho. Caminho obscuro. Tortuoso. Nenhuma luz iminente.

Enquanto isso, vou me enganando com os caminhos disponíveis. 
Aprendo a viver, é verdade, nada é em vão. Mas ainda há esse vazio. Grita. Implora por um pedacinho que seja de um quebra-cabeça. Uma mera pecinha com seus encaixes, mesmo que ainda não encaixada. Apenas uma prévia do que eu posso ser...

Mais nada.