Já parou pra pensar que o coração é como um celular pré-pago?
Quando novo, é bastante empolgante! Créditos e mais créditos são colocados, sempre e a cada vez, para que não se esgotem. E então, dependendo da operadora, quanto mais ligações recebidas, ganha-se bônus; ou quanto mais são feitas, também. Se dois corações, quero dizer, celulares, são da mesma operadora, melhor: chamadas e/ou torpedos ilimitados, a qualquer hora, em qualquer lugar. Mas as coisas funcionam bem quando as empresas são diferentes, basta que um se ajuste ao outro. Todos ganham, ainda que seja preciso esforço para manter esse contato.
No entanto, há também a época de vacas magras. O celular não funciona bem, não recebe sinal algum, e assim tudo torna-se um tanto mais difícil. A comunicação, as conexões, são cada vez mais raras. Se há sinal, mas não há créditos suficientes para completar qualquer ligação, a empolgação de outrora vai perdendo-se.
Assim, deixa-se de recarregá-lo, e há momentos em que até se consegue receber chamadas. Contudo, dependendo do celular, é provável que fique meses sem saldo, e assim, cada vez mais, vai-se bloqueando. Bloqueia-se para fazer e para obter ligações. Zerado. Parado. Congelado.
Até quando? Até que se decida reativá-lo; até ser renovado o contrato com a operadora. Ou até que se mude para alguma outra, sem tantas complicações e burocracia, com as promessas de oferecer os melhores serviços já vistos no mercado. Até que ele volte a funcionar por completo; velhinho, usado, com algumas rachaduras e arranhões derivados de quedas, mas novamente ativo, firme e forte.
Parabéns pelo texto, minha amiga. Ótima analogia. Acho que todos passamos por essas etapas em diferentes pontos de nossas vidas, e percebemos padrões se espelhando até mesmo em coisas artificiais usadas cada vez mais naturalmente, e refletimos nelas nossas ações. Assim como em um plano pré-pago, realmente podemos deixa-lo de lado alguma hora e assim ficamos "bloqueados" para novas chamadas, torpedos ou contatos. Coisas ruins são evitadas, como várias ligações ruins ou indesejadas que não foram bem completadas no passado... mas também ficam bloqueadas possibilidades de "novos contatos" que poderiam fazer uma grande diferença em nossas vidas. Podem ser pequenas amostrar de desejos maiores, como constantes mensagens que ocultam um grande desejo de conversar pessoalmente, ou até envios de imagens que representam a vontade de estar frente e frente com a pessoa do outro lado e ver o que tanto admiramos, com nossos próprios olhos, e não mais em uma tela. As analogias são bem mais extensas do que imaginamos. Pois é uma maneira de manter contato e aproximar pessoas... ter ou não crédito, abrir ou não o coração... nunca saberemos o que pode vir de uma mensagem nova, até permitir que esse insistente(^^) sinal chegue em nosso "celular".
ResponderExcluirObrigada, Marci! Que bom que gostou. Seus comentários sempre acrescentam muito aos meus textinhos, esse não foi diferente, rs! :-)
ResponderExcluirSim, ao permitirmos que nosso celular torne-se bloqueado, evitamos o ruim e o bom também, infelizmente. Mas é que, normalmente, o bom dura tão pouco que é preferível não deixá-lo entrar... Gastaremos créditos com contatos que logo se perderão, entende? Permitir que o insistente sinal, rs, chegue não é tão fácil assim. Mas também não é impossível. É questão de tempo e de querer ou não estabelecer novos contatos. Por enquanto, o bloqueio é a melhor saída. ;-)
Enfim, obrigada pelo comentário, meu amigo. Beijo pra você, nerd! =)