28 de janeiro de 2015

Pensava em nós

Sim, eu também pensava em nós
Mas não podia te dizer
Porque, sim, nossas rotinas distintas
Sempre me fizeram crer

Que jamais poderíamos ser dois
Num mesmo campo, num mesmo espaço
A razão não me permitiu deixar
Que o coração se entregasse a esse acaso

Que, de acaso, sinto e vejo, não tem nada
Tudo tem que passar, que acontecer
E memórias de nós dois foram criadas
Sem que as pudéssemos, de fato, conceber

E agora, cedo ou tarde, nos perdemos
Linguagem própria, símbolos, códigos múltiplos
Será que farão parte do cotidiano
Desses amigos (ou amigos em desuso)?

Mas, sim, eu também pensava em nós
Guardava o tempo, não era hora de querer
O que, na verdade, eu nunca quis direito
Mas de um jeito, eu quis, e precisava te dizer

Sim, eu também pensava em nós

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