Sim, eu também pensava em nós
Mas não podia te dizer
Porque, sim, nossas rotinas distintas
Sempre me fizeram crer
Que jamais poderíamos ser dois
Num mesmo campo, num mesmo espaço
A razão não me permitiu deixar
Que o coração se entregasse a esse acaso
Que, de acaso, sinto e vejo, não tem nada
Tudo tem que passar, que acontecer
E memórias de nós dois foram criadas
Sem que as pudéssemos, de fato, conceber
E agora, cedo ou tarde, nos perdemos
Linguagem própria, símbolos, códigos múltiplos
Será que farão parte do cotidiano
Desses amigos (ou amigos em desuso)?
Mas, sim, eu também pensava em nós
Guardava o tempo, não era hora de querer
O que, na verdade, eu nunca quis direito
Mas de um jeito, eu quis, e precisava te dizer
Sim, eu também pensava em nós
Sim, eu também pensava em nós