16 de novembro de 2014

O buraco (em prosa e verso)

PROSA
Às vezes tenho a sensação de que uma parte de mim foi brutalmente retirada. Meu estômago se contrai, um nó se forma em minha garganta e a única ação que eu penso em realizar é prender esse choro, por não ter como explicá-lo. As lágrimas parecem ser pouco; quando, raras vezes, as libero, o alívio é imediato, porém efêmero. Ao chorar, crio duas dores. Doem os pulmões, dói a cabeça. E meu pedaço não é restituído. Talvez dias depois, ou mesmo amanhã, não sinta mais o buraco. Mas sei que ele estará lá, até que eu o note novamente e esse ciclo se repita.

VERSO
Tenho, às vezes, a sensação
de que de mim uma parte
foi brutalmente retirada.
Contrai-se meu estômago
em minha garganta forma-se um nó
e a única ação que penso realizar
é esse choro prender
por não ter como explicá-lo.
As lágrimas parecem ser pouco.
Quando, raras vezes, as libero
o alívio é imediato, porém efêmero.
Ao chorar, duas dores crio:
doem os pulmões, a cabeça dói.
E aquele pedaço não me é restituído.
Dias depois, talvez, ou mesmo amanhã
não sinta mais o buraco.
Mas sei que lá estará
até que novamente eu o note
e esse ciclo se repita.

Poema 123, disponível na antologia "Somos Todos Poetas" através de concurso realizado pela página Lápis e Papel.
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