4 de junho de 2015

Morta-viva

Para onde fui, que não voltei e nem sei se volto?
Quem me arrancou todo o querer que um dia tive?
Será que arrancaram-no de mim
ou será que, dele, me desfiz deliberadamente?
E, se, deliberadamente me desfiz,
por que deliberadamente não o posso fazer ressurgir?

Para onde fui?
Quem me levou e não me trouxe de volta?
Fiquei perdida no tempo que parou
ou foi o tempo que passou e perdeu-se de mim?
Se, parado, o tempo, por que lá não permaneci?
Por que corri para este hoje insosso e vazio?

Sinto falta de sentir falta...
Sinto desejo de desejar
Mas nem mesmo o desejo se faz voraz
a fim de mover-me para outro lugar

Sinto falta de sentir
Pois, antes sentir, ainda que doa
do que não doer, mas permanecer
numa existência morta
neste mundo de gente viva e vívida

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Que bom que você chegou até aqui. Seja muito bem-vindo(a)!
Fique à vontade para escrever seu comentário no campo abaixo.
Obrigada, e volte sempre.