Criei este espaço com o intuito de expor algumas ideias, pensamentos e, até mesmo, palavras sem nexo algum. Publicarei imagens, textos, tanto do meu acervo quanto do de outrem. O importante é esvaziar minha mente, libertar-me das angústias que possam me afligir, dos pesares, assim como compartilhar com vocês, visitantes, as minhas maiores alegrias. E o mais importante: estar à vontade. Estejam-no vocês também! E voltem sempre.
18 de junho de 2015
FuneSarau
Quando eu morrer
Enfeitem a capela com poesia
Despejem poemas
Sobre o meu caixão
Porque a morte
Tão triste para quem fica
Pode ser menos sentida
Com um soneto, uma canção
Quando eu morrer
Não chorem suas lágrimas
Transformem seu pranto em palavras
Em versos, estrofes e rimas
Pois eu
Se em vida fui poeta
Na morte hei de ser lembrada
Pelas letras, minha grande sina
E se quiserem
Ainda podem declamar
Os textos que escrevi
Ou mesmo Quintana, Cecília
Vinícius
Também pode estar lá
Junto com Fernando Pessoa
E outros fazendo-me companhia
Recitem até mesmo este poema
Que faço agora
Como um último pedido
E quando o meu dia chegar
Respeitem-me
A carne é morta mas o espírito, vivo
Não quero tristeza
Ao menos não tanta assim
Afinal estarei em paz
Vivendo com querubins
E de suas asas
Algumas penas vou arrancar
Pedir-lhes emprestadas
E meu trabalho continuar
Vou escrever
Com elas poemas divinais
Canções para os concertos
As orquestras celestiais
Façam o que peço
Transformem em sarau
A dor que sentirem
No dia do meu funeral
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