8 de março de 2014

Eu, obstáculo



Meu único obstáculo sou eu mesma. Sou eu que me impeço de seguir em frente, buscar ruas e estradas para percorrer e viver o que vier.

Sou eu que não tenho coragem de dar um passo largo e pisar num terreno que desconheço; que me privo de prazeres e desprazeres, por receio de tentar sair do lugar.

Sou eu que não busco o que quero, ou não busco querer, por estar tão acomodada e confortável em meu lugar comum. Ou seria incomum?

Bem, confortável, de fato, não estou. Mas é que tudo parece tão fácil daqui. Aqui. Por enquanto, está tão melhor não ter que me preocupar... (Será mesmo que eu consigo não me preocupar?)

Sou eu que vivo achando que algum vento vai soprar mais forte e veloz e mudar esse destino meio sem destino; que algo cairá do céu, sem que eu precise procurar tanto.

Ora, sou eu que preciso acordar de vez, pois isso aqui não é sonho nem pesadelo. Isso é vida real. Sem chances de voltar atrás, de criar memórias sem tê-las vivido, de ser personagens distintas a cada história que penso ter fim.

O tempo só corre. Mas eu não corro.
Porque sou eu que me impeço de correr. Meu único obstáculo sou eu mesma.


(Imagem retirada de: http://malditacolica.blogspot.com.br/2012/06/inerte.html)


2 comentários:

  1. Excelente texto, Natália. Mais uma vez faz o maior sentido. Às vezes nos acomodamos em nossa zona de conforto, ou o que achamos ser essa zona, e nos impedimos de arriscar, de seguir em frente, ou aceitar novas oportunidades. Já começamos a pensar nas más consequências de algo que nem demos a oportunidade de acontecer, de nos mostrar o seu lado bom e como podemos lutar para melhorar cada vez mais... até que essa oportunidade vá embora. E assim essas chances únicas são desperdiçadas, e, parafraseando um diálogo de um ótimo filme (Blade Runner), " esses momentos vão se perdendo, como lágrimas na chuva". Tudo por causa desse, sempre presente, obstáculo.

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  2. Pois é, e o meu problema é me acomodar e lá ficar. Só penso em sair, sabe? Mas nunca saio. E assim a vida vai passando, e passando. É exatamente como você escreveu: pensamos nas consequências (sempre negativas, sabe-se lá o porquê) das coisas, e não tentamos. Seja em qualquer situação, tanto nos relacionamentos quanto na vida profissional. E aí aquilo passa. Não volta. Ou, se volta, não é como antes, e aí é tarde demais. Isso mesmo, lágrimas de chuva se perdendo! Nossa, citação mais perfeita não poderia existir! Rsrs.
    Obrigada pelo comentário, Marci querido! :-) Você sempre me entende! *-* Beijos.

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