Sou humana.
E como humana, tenho o direito, por assim dizer, de sentir certas coisas que todos os humanos sentem (ou, ao menos, supõe-se que sintam).
Como humana, tenho a liberdade, por assim dizer, de ter pensamentos que todos os humanos têm (ou, ao menos, supõe-se que tenham).
Como ser físico, não estou impedida, por assim dizer, de querer certas coisas que todos os humanos, provavelmente, querem.
De dizer certas verdades, certas mentiras.
Claro que não sou igual aos outros. Ninguém é.
Mas, no fim, dá tudo na mesma. Acabo sendo igual, do meu jeito diferente de ser.
Sim, eu sinto ciúmes... Ainda agora descobri. E tão forte, que eu nem poderia dizer que vêm de mim. Quem acreditaria? Eu mesma não acredito às vezes. Mas sou humana! (Não é essa a desculpa?)
Sim, dentro da minha mente passam muitas coisas... Algumas vezes sombrias, outras sem sentido. Sou tão hermética, que às vezes nem eu consigo me decifrar. Ninguém conseguiria. Quero mais é fugir dos meus pensamentos. E acho até melhor que não saibam quais são. Mas sou humana, ou não sou?
Sim, tenho certos desejos... Nada que me faça querer escapulir, me aventurar mundo afora em busca de histórias mirabolantes, arrepiantes ou o que seja. Não é como se eu fosse uma "heroína pós-moderna". Mas sou sim um ser desejante, um ser do querer. E quero tanto! Como nunca achei que quisesse.
Ora, pra que esconder? Posso admitir, ou não posso?? Preciso!!! Às vezes - muitas vezes -, me sinto mal por saber que as pessoas pensam de mim (ou suponho que pensem) ser algo que não sou.
Afinal sou humana. Não um anjo.
P.S.: Sou uma (aspirante a) escritora. Assim como o poeta, fingidor, um mero escritor também pode fingir muitas coisas...
Mas também é certo que todo escritor tem seu lado humano...